Vesícula

Vesícula Biliar

A vesícula biliar é um órgão sacular, com paredes finas, como se fosse uma bexiga que se encontra junto ao fígado. A bile é uma substância produzida pelo fígado e que é em parte armazenada e concentrada na vesícula. A função da bile é  digerir gorduras quando em contato com os alimentos no intestino. Quando nos alimentamos, a vesícula biliar é estimulada a empurrar a bile para o intestino onde irá então continuar o processo da digestão dos alimentos iniciada no estômago

A bile é composta de três substâncias principais na forma líquida: colesterol, sais biliares e lecitina. As pessoas que possuem pedra na vesícula apresentam algum distúrbio na quantidade do colesterol e/ou sais biliares no interior da vesícula levando a formação de pedras.

Após alimentação gordurosa a vesícula se contrai entrando em contato com as pedras, podendo ocasionar os sintomas abaixo:

  • Empachamento – sensação de estômago estufado.
  • Dor abdominal em cólica, geralmente na “boca” do estômago e lado direito do abdome, podendo apresentar irradiação para as costas.
  • Náuseas e vômitos. 

O diagnóstico é feito com a realização de ultra-sonografia abdominal (ecografia) e seu tratamento é cirúrgico (extração da vesícula biliar). Muitos pacientes possuem cálculos (pedras) sem qualquer sintoma. É muito importante a orientação médica para que se evite as complicações futuras com a presença destes cálculos. Vale a pena salientar que os tratamentos não cirúrgicos para cálculos biliares não são habitualmente usados devido ao freqüente insucesso e as suas complicações.

As complicações que podem ocorrer se não extrairmos a vesícula são: 

Tratamento

A cirurgia videolaparoscópica é considerada o padrão-ouro para retirada da vesícula biliar.

Ela á feita com quatro pequenos furos de 3mm (no caso de utilizar a Minilaparoscopia), 5 ou até  10mm e, procede-se à remoção da vesícula toda, e não apenas das pedras. Muitas vezes fazemos um Raio X pelo canal da vesícula, antes de removê-la por completo para ver se alguma pedrinha não passou para o canal principal da bile (coledocolitíase).

Em todos os casos, tanto nas cirurgias programadas como nas urgências e complicações, o tratamento pode ser feito por laparoscopia, porém a cirurgia é muito mais simples quando agendada fora das crises do que nas formas agudas.

O paciente permanece internado por apenas algumas horas podendo retornar ao lar habitualmente no final do dia da cirurgia. Pode alimentar-se e andar logo após a realização da operação e em 5 a 7 dias, o paciente pode retornar ao seu trabalho.

Estatisticamente a colecistectomia videolaparoscópica reduz ainda os riscos de hematomas, infecção, hérnias e aderências no corte.

  • Colecistite Aguda (inflamação aguda da vesícula): Ocorre uma impactação de um ou mais cálculos no início do canal de escoamento da bile, e com isso, a vesícula fica edemaciada (“inchada”) e instala-se o processo infeccioso, que se não interrompido a tempo (cirurgia) ocasiona complicações severas. Os sintomas incluem principalmente as dores abdominais e febre. O diagnóstico é feito com a ultra-sonografia, exames laboratoriais e exame físico.
  • Coledocolitíase (cálculo no canal principal da bile):Trata-se de um cálculo que sai da vesícula e vai alojar-se no canal principal(colédoco) que leva a bile para o intestino. Os sintomas incluem dores abdominais, icterícia (olhos amarelados), colúria (urina escura), acolia fecal (fezes claras), podendo também apresentar febre. O diagnóstico pode ser feito com a ultra-sonografia abdominal ou com uma ressonância de abdome chamada colangio-ressonância. 
    O tratamento pode ser cirúrgico inicialmente ou não, dependendo das condições do paciente, da disponibilidade de equipamentos e de cirurgião experiente.
    A pedra no canal principal da bile pode ser removida também através de um procedimento feito por endoscopia chamado CPER (colangio-pancreatografia endoscópica retrógrada) e cabe a seu médico decidir se é melhor tratar sua condicão com cirurgia ou CPER.
  • Pancreatite Biliar: Quando ocorre o entupimento por  pequenos cálculos do canal de escoamento do suco pancreático, que também tem a função de digestão de alimentos. As substâncias pancreáticas represadas dentro do pâncreas iniciam um processo de auto-digestão, ou seja, “inflamação” do órgão.
    Os sintomas incluem as dores abdominais de forte intensidade, náuseas, vômitos, icterícia e outros. O diagnóstico é feito com ultrassonografia abdominal e/ou tomografia, associado ao exame físico e laboratorial. O tratamento inicial é conservador, tratando o processo inflamatório do pâncreas e em seguida realiza-se a retirada da vesícula biliar (fonte de cálculos).

Orientação médica após cirurgia de vesícula por laparoscopia

Você foi submetido a retirada de sua vesícula. Não se preocupe. Ela não lhe fará falta. Mesmo que algum outro paciente tenha lhe dito que foi submetido apenas a retirada das pedras ou dos pólipos, isto não é verdade. Trata-se certamente de alguém mal informado.

ANALGÉSICOS:

Sua cirurgia foi realizada por videolaparoscopia provocando pouca agressão à parede abdominal, mas internamente ela se assemelha a tradicional, podendo provocar-lhe um desconforto ou dor leve no local onde se encontrava a vesícula (em baixo das costelas do lado direito do abdome) e dor leve na região umbilical (local por onde foi retirada a vesícula e quase sempre com pontos internos). Ao redor do umbigo pode surgir área avermelhada ou roxa pelo traumatismo cirúrgico. Isto é normal e pode ser em parte evitado, ou mesmo obtido alívio do desconforto doloroso no local, com a colocação de uma pequena bolsa de gelo varias vezes ao dia no primeiro e segundo dia do pós-operatório. Caso isto venha a aumentar surgindo inchaço e/ou calor local, será necessário comunicar-se com seu medico na Gastrocamp pelo Telefone (19) 2042-2520, WhatsApp (19) 98850-9889 ou ainda Centro Médico Campinas (19) 3789-5300, pois, em especial se a vesícula estava com infecção (Colecistite Aguda) sua retirada por este local pode deixar alguma contaminação.

No caso de dor, use: analgésico em gotas como os genéricos dipirona ou paracetamol (35 a 40 gotas de 6 em 6 horas) ou ainda os comerciais: Lisador DIP, Novalgina, Magnopyrol, Maxiliv, Anador, Dôrico ou Tylenol.

Caso dor mais forte pode associar: anti-inflamatório solúvel Nisulid dispersivel 100 mg (1 comprimido diluído em 1/2 copo d’agua de 12/12 h.) intercalado com o outro analgésico comum já previamente citado. Outra opção seria usar anti-inflamatório sublingual como Toragesic 10 mg dissolver 1 comprimido na boca até de 6/6 horas ou ainda Feldene SL 20 mg comprimidos solúveis para dissolver na boca até no máximo de 12/12 horas. Atenção, se for alérgico não use anti-inflamatórios.

Lembre-se você passou por uma cirurgia e um pouco de dor ou desconforto é normal no pós-operatório, no entanto, caso as medicações acima não estejam resolvendo, procure seu médico na Gastrocamp Tel. (19) 2042-2520, WhatsApp (19) 98850-9889 ou entre em contato com serviço de urgência no Hospital Centro Médico Campinas (19) 3789-5300.

DIETAS:

Sua cirurgia pode interferir levemente no inicio com o funcionamento intestinal. Pedimos que evite gorduras e guloseimas na primeira semana para evitar diarreias ou estofamento da barriga. Após este período, tudo deve voltar a ser como antes, ou seja, o intestino recupera seu funcionamento habitual. Caso isto não ocorra (raras exceções) podemos utilizar algum medicamento como auxílio temporário até que tudo se normalize. Discuta isto com o seu medico, se for o seu caso, que ele poderá lhe orientar adequadamente.

Saiba que esta cirurgia não interfere com o seu peso ou com o processo de digestão dos alimentos. Procure fazer as escolhas certas para manter sua saúde em dia. Coma devagar, mastigando muito bem os alimentos.

Se sentir-se um pouco estufado (gases intestinais), evite leite, açúcar, doces, bolos, massas, feijão, chocolate e carboidratos de um modo geral pois agravam os sintomas. Tome dimeticona gotas 30 gotas de 8/8 horas (nome comercial luftal).

ATIVIDADES FÍSICAS:

Os seus cortes foram pequenos e não deverão apresentar problemas, mas lembre-se que foram realizados pontos internos que precisam cicatrizar.

Não carregue peso acima de 15 quilos ou faça força no primeiro mês pois pode surgir uma hérnia na cicatriz umbilical.

Poderá e deve caminhar à vontade, pois isto não lhe fará mal. Em especial, após alimentar-se, lhe fará muito bem andar.

Não pratique esportes ou faça abdominal, pois isto aumentará a pressão na área operada podendo danifica-la.

Poderá dirigir à medida que isto não lhe provoque dor. Em geral a partir do terceiro dia de pós- operatório isto é possível sem problemas.

CUIDADOS LOCAIS:

Os seus cortes estão cobertos com pequenos adesivos de micropore. Não é necessário fazer curativos. Pode tomar banho normalmente e secar com toalha. Caso as fitas adesivas se desprendam coloque outra sobre ela.

Os seus pontos deverão ser retirados pelo seu médico. Ligue para a Gastrocamp no telefone (19) 2042-2520 ou WhatsApp (19) 98850-9889 e marque um retorno para retirada de pontos ao término de aproximadamente 7 dias. Esteja seguro do dia e hora a comparecer na Clínica para evitar desencontros.

Dúvidas

Se fizer uso de medicações para diabetes, hipertensão, arritmias ou outras, poderá voltar a tomar após retornar a sua residência. Caso use anticoagulantes, discuta isto com o seu médico.

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