Estômago

Gastrite

O termo gastrite significa inflamação do revestimento interno do estômago (mucosa gástrica), que pode ser ocasionada por uma série de agentes. Os sintomas variam em freqüência e intensidade de pessoa para pessoa. Dentre os principais sintomas destaca-se:

– “Gastura” ou sensação de “Vazio”, ou ainda “queimação na boca do estômago”.

Gastrite por Estresse: Ocorre em pacientes em vigência de doença grave, como Grandes Queimados, Insuficiência Renal, (Politraumatizados e outros). Tem se observado que pessoas muito nervosas apresentam também gastrites, entretanto, ao se examinar também são encontrados outros agentes causadores desta doença que serão citados posteriormente.

Gastrite Medicamentosa: Geralmente pessoas com uso crônico de anti-inflamatórios não hormonais podem apresentar gastrites de intensidades variáveis. Isto ocorre principalmente em idosos.

Gastrite por Alimentos: Nos dias atuais a má alimentação ou a alimentação rápida é um dos fatores consideráveis no aparecimento desta doença. O excesso de álcool e o tabaco também têm seu papel fundamental. Alimentos condimentados, frituras, gorduras e frutas ácidas aumentam os sintomas de gastrite. Segue abaixo uma tabela com alimentos que devem ser evitados ou diminuídos sua ingestão.

Alimentos que devem ser evitados para minimizar os sintomas.

Frutas Ácidas: laranja, limão, abacaxi, morango e kiwi.

Frutas oleaginosas : nozes, pistache, amendoim, amêndoa, castanha do Pará, castanha de caju, avelã.

Temperos : vinagre, pimenta, molho inglês, massa de tomate, molhos industrializados, katchup, mostarda, caldos concentrados, molho tártaro e picles.

Doces Concentrados : compotas, pé-de-moleque, goiabada, marmelada,doce de leite.

Leguminosas : feijão, pimentão, brócolis, repolho, rabanete.

Bebidas : chá preto, mate, chocolate e gasosas.

Frituras e enlatados.

Alimentos proibidos: Álcool, tabaco e café.

Alimentos permitidos : Sopas magras, carnes magras desfiadas, moídas, ensopadas, cozidas, assadas e grelhadas; Pães brancos, bolachas água e sal e maisena; Arroz, macarrão simples, ovos cozidos, purês de batata; Verduras e legumes bem cozidos.

Diagnóstico: O quadro clínico é bem sugestivo da doença, entretanto a endoscopia digestiva alta com biopsia da mucosa do estômago é definitiva. Há mais de quinze anos foi descoberta uma bactéria chamada Helicobacter pylori (Foto) que estaria presente nos pacientes com gastrite. Estudos mostram que a recidiva e a persistência da doença, após tratamentos convencionais, está relacionada a presença desta bactéria. Por isso, a endoscopia é importante para descobrir se ela está presente.

Tratamento: Envolvem medidas dietéticas, psicoterápicas e medicamentosas. O tabagismo e a ingestão de álcool tem um fator importante na perpetuação da gastrite, uma vez que o primeiro diminui a regeneração da mucosa gástrica e o segundo envolve uma “agressão” direta ao revestimento do estômago (mucosa gástrica). Os medicamentos utilizados costumam ser anti-ácidos e/ou bloqueadores da produção do ácido do estômago. Em algumas vezes, são dados antibióticos para o tratamento do Helicobacter pylori. Com isso, podemos perceber que o tratamento da gastrite na maioria dos casos é simples, mas a compreensão do paciente e a fidelidade ao tratamento proposto pelo médico são imprescindíveis.

Úlcera Gastroduodenal

É geralmente uma doença de acometimento crônico, onde ocorre uma perda do revestimento interno do estômago ou duodeno ( parte inicial do intestino ), ocasionando assim “feridas” que entram em contato com a secreção ácida produzida pelo estômago. O sintoma mais comum é a dor abdominal, geralmente nos períodos de alimentação. Acredita-se que a doença ulcerosa péptica depende essencialmente de três fatores para a sua formação:

1 – Fatores “agressivos” ao revestimento interno do estômago e duodeno: A bactéria H. pylori, uso de anti-inflamatórios não hormonais e aumento da produção de ácido pelo estômago.

2 – Fatores que “protegem” o revestimento interno do estômago e duodeno: são substâncias produzidas pelo organismo ( glicoproteínas ) que formam uma espécie de “gel”. No caso de doença estão em quantidade insuficiente.

3 – Fatores ambientais e genéticos: fumo, stress e ingestão de estimulantes de secreção ácida ( alimentos codimentados, café, álcool, etc. ).

O sintoma principal é a dor na região do estômago, que pode ser em queimação, em pontadas ou em cólicas. A melhora ou piora dos sintomas está relacionado com os períodos de alimentação. A suspeita diagnóstica é feita através da história clínica do paciente e confirmada com endoscopia digestiva alta. Este exame permite a realização de biopsias das lesões e teste para saber se existe a bactéria H. pylori.

As duas complicações mais temidas nos pacientes com úlcera gastroduodenal são: sangramento e/ou perfuração do órgão ( estômago ou duodeno ). Esta última deve ser tratada com cirurgia que pode ser por via convencional “aberta” e em alguns casos por via videolaparoscópica.

Câncer de Estômago

O câncer de estômago é uma doença maligna que atinge mais homens do que mulheres ocupando o terceiro lugar em incidência, depois do câncer do colo de útero e de mama no Brasil. Atualmente a maioria dos casos de câncer é considerada uma doença adquirida, isto é, causada por agentes carcinogênicos externos como dieta, fumo, álcool, poluição ambiental e outros. Essa particularidade dos tumores malignos serem causados por fatores externos permite o emprego de medidas preventivas.

O hábito alimentar é o principal fator carcinogênico, sendo responsável por quase 35% de todas as doenças malignas, até mesmo neoplasias fora do aparelho digestivo. Por exemplo homens e mulheres que consomem dieta com muita gordura tem maior risco no desenvolvimento de câncer de próstata e mama. Pode-se dizer que a dieta e o fumo, estão diretamente relacionadas com o câncer gástrico. O preparo de alimentos também pode estar relacionado com a formação de tumores. Por exemplo, frituras ou assados diretamente no fogo, como o churrasco, podem formar substâncias tumorogênicas principalmente na parte queimada do alimento, conhecidas como aminas heterocíclicas, que tem ação irritante na mucosa ( revestimento ) gástrica.

Nos últimos anos sugiram vários estudos que relacionavam as úlceras gastroduodenais com a bactéria Helicobacter pylori. Atualmente, acredita-se que a presença dessa bactéria no estômago facilite a formação das úlceras duodenais, sendo que a sua erradicação poderia proteger o paciente da recidiva da doença ulcerosa. Entretanto, o que chama atenção é fato que nos países com alta incidência de câncer gástrico existe grande número de pessoas com H. pylori presente no estômago. Porem, até o momento não existem estudos científicos definitivos comprovando a existência da relação direta entre a bactéria H. pylori e o câncer gástrico.

Os tumores do tubo digestivo, desde o esôfago, estômago, até cólon e reto, têm seu início em lesões pré-malignas, as quais são causadas por todos aqueles fatores referidos anteriormente. Depois de instalado o câncer gástrico, o tratamento cirúrgico é o único método com capacidade curativa.Outros tipos de tratamento utilizados em oncologia, como a quimioterapia e a radioterapia, somente deverão ser empregados em casos específicos de pacientes com sintomatologia importante, na presença de liquido na cavidade abdominal (ascite), na dor abdominal e no sangramento digestivo alto.

Existem fatores hereditários e individuais que deverão ser considerados quanto a possibilidade de surgimento do tumor gástrico nos indivíduos. Assim sendo, história familiar de câncer gástrico e ser portador de sangue tipo A são considerados os fatores hereditários mais importantes. A anemia perniciosa, gastrite crônica atrófica, cirurgias gástricas para úlcera, presença de Helicobacter pylori são os fatores individuais mais importantes.

Homens e mulheres acima de 50 anos de idade com sintomas de má digestão e com alguns desses fatores acima relatados deverão sempre procurar orientação médica para esclarecimento. É importante que todos os sintomas na região superior do abdome em pacientes na quinta década de vida sejam investigados pelo gastroenterologista. Por fim, existem muitas coisas a serem feitas no plano individual, principalmente no sentido de melhorar o modo de vida, protegendo o seu estômago das agressões do meio externo.

Aqui ficam algumas sugestões importantes:

– Diminuir a ingestão de gordura

– Controlar o peso

– Aumentar o consumo de verduras e frutas

– Não fumar ou mascar tabaco

– Não ingerir bebidas alcoolicas ou tomar com moderação

– Tentar reduzir o “stress” da vida

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